Portugal/OE: Governo reduz previsão PIB, revê deficit em alta para 2017

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LISBOA (DJ Bolsa/Webtexto)– O governo de Portugal estima que a economia vai crescer menos em 2016 e 2017, do que previa no Programa de Estabilidade de abril. As novas previsões constam da proposta de Orçamento do Estado para 2017 apresentada esta sexta-feira, onde o governo faz também uma revisão em alta da previsão do deficit para o próximo ano.

O governo português prevê agora que a economia cresça 1,5% em 2017, menos do que os 1,8% inscritos no Programa de Estabilidade de abril. Apesar da revisão em baixa da projeção de crescimento, o governo está mais otimista do que o Fundo Monetário Internacional, que prevê uma expansão económica de 1,1%.

A projeção para a execução orçamental aponta para um deficit de 1,6% do produto interno bruto em 2017, frente aos 1,4% previstos em abril. Já as estimativas do FMI e da Comissão Europeia para o deficit do próximo do ano são mais pessimistas: o fundo prevê 3% e a Comissão Europeia estima 2,3%.

Relativamente ao PIB de 2016, o governo reduziu a projeção para 1,2%, face a 1,8%. No primeiro e segundo trimestres deste ano, a economia cresceu 0,9% em termos homólogos.

No que diz respeito ao deficit deste ano, o governo agravou a previsão para 1,7%, frente aos 1,6% previstos no programa de estabilidade apresentado em abril.

Em relação a outros indicadores macroeconómicos, o governo prevê um abrandamento do consumo privado em 2017 para 1,5%, face aos 1,8% que o executivo do primeiro-ministro António Costa previa anteriormente.

O cenário de incerteza na economia global também deve pressionar Portugal, uma vez que as exportações são um importante contributo para o produto interno bruto. O governo prevê que as exportações cresçam 4,2% no próximo ano frente aos 4,9% projetados em abril. Já as importações deverão descer para 3,6%. O saldo da balança corrente será de 1%, segundo as projeções.

Em julho, as exportações caíram 4,6% em termos homólogos, numa altura em que a União Europeia enfrenta incertezas quanto à saída do Reino Unido do bloco.

De acordo com o documento orçamental, a taxa de desemprego deverá recuar para 10,3%, frente aos 10,9% previstos em abril. No segundo trimestre, a taxa de desemprego situou-se nos 10,8%.

O governo estima que o índice dos preços no consumidor em 2017 alcance 1,5%, face a 1,6% de abril. A inflação na Zona Euro continua contida nos 0,4%, bastante longe do alvo de pouco menos de 2% do Banco Central Europeu. O banco central prevê que a inflação da Zona Euro seja de 1,4% em 2017.

A dívida pública deve ascender a 128,3% em 2017, contra os 124,8% previstos em abril e acima dos valores previstos pelas instituições internacionais. O FMI prevê que a dívida pública seja de 128,2% e a Comissão Europeia estima 124,5%. Em 2016, o governo estima que a dívida pública se situe nos 129,7%.

– Por Eduardo Correia (eduardo.correia@webtexto.pt)

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