PARIS (DJ Bolsa) — O debate de quarta-feira entre os dois candidatos às presidenciais francesas, Emmanuel Macron e Marine Le Pen, rapidamente se tornou uma troca de acusações.
Tentando eliminar uma diferença de 20 pontos percentuais nas eleições de domingo, Le Pen entrou ao ataque e atacou Macron pelo seu passado como banqueiro de investimento e ministro do governo do Presidente em exercício, François Hollande.
Ao longo do debate, que foi transmitido em direto e em prime-time e durou duas horas e meia, Le Pen não conseguiu, no entanto, destabilizar o seu rival. Macron manteve-se firme, desvalorizando a candidata de extrema-direita e destacando o que denominou por “lacunas técnicas” acerca dos planos radicais da candidata para retirar França do euro.
“Macron é o candidato da globalização selvagem”, disse Le Pen.
Macron reagiu dizendo que Le Pen defende o isolacionismo.
“Confrontado com esta mentalidade de derrota, eu represento a mentalidade da conquista”, disse Macron.
Uma sondagem rápida a 1,314 espectadores realizada pela Elabe para a BFMTV, mostrou que 63% consideraram Macron mais convincente e 34% preferiu Le Pen.
Para Macron, que se estreia enquanto candidato, o debate foi um teste para saber se se mantém firme perante a pressão da candidata de extrema-direita, que está a usar o sentimento antiglobalização e a animosidade em relação à União Europeia.
Le Pen propõe retirar França do euro e também uma forte reestruturação da UE no sentido de repatriar os poderes e implementar políticas comerciais mais protecionistas. Na quarta-feira, a candidata tentou pintar Macron como o rosto do poder instalado que não é capaz de enfrentar a Alemanha. Também disse que ele tem sido fraco no combate ao terrorismo.
Macron respondeu a estes ataques questionando a viabilidade das políticas defendidas por Le Pen.
Numa das respostas, Macron sublinhou a recente ambivalência e as contradições de Le Pen em relação à proposta de saída da moeda única.
Ao contrário de Le Pen, Macron defende a UE e reformas laborais para ajudar a tornar França um país globalmente mais competitivo.
-Por William Horobin (William.Horobin@wsj.com)