Banco de Portugal revê em baixa previsões do PIB, inflação para 2024

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LISBOA (DJ Bolsa/Webtexto)–O Banco de Portugal reviu em baixa a previsão de crescimento económico para o próximo ano, com a economia portuguesa a dever expandir-se 1,2%, contra uma previsão de 1,5% em outubro.
A projeção representa um abrandamento face ao crescimento previsto para este ano, que o banco central manteve nos 2,1%, refere a instituição no Boletim Económico de Dezembro, divulgado esta sexta-feira.
“A economia portuguesa estagnou nos trimestres recentes e as perspetivas a curto prazo são incertas, predominando os riscos em baixa. A fraqueza da atividade reflete o impacto da subida das taxas de juro e o abrandamento da procura externa, a par da dissipação do impulso associado à retoma pós-pandémica do turismo e à recuperação do choque sobre os termos de troca”, diz o banco central em comunicado.
Em 2025 e 2026, as previsões apontam para uma recuperação do PIB, que deverá crescer 2,2% e 2,6%, respetivamente.
A retoma da economia a partir de 2024 será possibilitada, em parte, pelo abrandamento da inflação. Depois de uma subida dos preços de 5,3% prevista para este ano, revista em baixa ligeira face ao relatório anterior, a inflação deve abrandar para 2,9% em 2024, quando em outubro o banco previa 3,6%.
“A recuperação da atividade será gradual ao longo do próximo ano, beneficiando da aceleração da procura externa, do efeito da descida da inflação no rendimento das famílias e do impulso dos fundos europeus no investimento”, diz o banco central.
O banco também prevê uma evolução favorável do emprego, com a taxa de desemprego a dever situar-se, em média, nos 7,2% entre 2024 e 2026.
Os indicadores orçamentais devem continuar a ter um desempenho positivo. Após um superavit orçamental previsto de 1,1% do PIB este ano, o excedente deverá diminuir para 0,1% em 2024, resultante “do abrandamento da atividade económica e de uma política expansionista, assumindo as novas medidas adotadas uma natureza mais permanente”.
Já o rácio da dívida pública deve situar-se perto dos 100% do PIB no final de 2023, “continuando a reduzir-se no horizonte de projeção”, refere o banco central.
– Por Pedro Barros Costa (pedro.costa@webtexto.pt)

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