Galp aumenta previsão para Ebitda 2016-21; mantém política de dividendo

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LISBOA (DJ Bolsa/Webtexto)– A Galp Energia disse esta terça-feira que espera uma aceleração do lucro ajustado para o período entre 2016 e 2021, embora tenha reportado uma queda de 18% do lucro líquido ajustado a custos de substituição do quarto trimestre. A apresentação do Capital Markets Day da empresa mostra ainda que a petrolífera prevê manter a política de dividendos estável no período.

A Galp prevê que o crescimento dos resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, ou Ebitda, seja de cerca de 20% entre o ano passado e até 2021. No ano passado, a petrolífera previa um crescimento de cerca de 15% até 2020.

A Galp disse também que continuará empenhada com a remuneração dos acionistas e com a disciplina financeira. A petrolífera disse que a política de dividendos deve manter um crescimento inalterado no período em análise e prevê o pagamento de EUR0,50 por ação aos acionistas.

As ações da petrolífera registavam alguma volatilidade no início da sessão e já negociaram em alta, mas passaram a cair após a apresentação estratégica da empresa para os próximos anos. Os títulos da Galp perdiam 3% para EUR13,280.

A petrolífera tinha reportado antes da abertura dos mercados que o lucro líquido ajustado a custos de substituição — o indicador mais seguido pelos analistas, que exclui a volatilidade associada às flutuações dos preços do petróleo — caiu para 121 milhões de euros ($128 milhões), face aos EUR148 milhões do período homólogo, sobretudo devido a eventos extraordinários. Analistas consultados pelo DJ Bolsa/Webtexto previam em média um lucro líquido de EUR119,6 milhões.

O lucro RCA foi pressionado por eventos não-recorrentes, disse a empresa. Entre eles estão imparidades em ativos de exploração no bloco 14 em Angola e também os custos de transferência de contratos para a construção dos cascos relativos às unidades flutuantes de produção e descarga, ou FPSO na sigla em inglês.

A nível operacional, o cenário foi positivo. O lucro operacional ajustado a custos de substituição subiu 34% para EUR238 milhões contra EUR178 milhões no mesmo período do ano passado.

A margem de refinação registou um avanço para $5,2 por barril face a $4,1 por barril no período homólogo. O crude processado pelas refinarias manteve-se nos 28,8 milhões de barris, o mesmo valor registado no trimestre homólogo.

A produção média net entitlement disparou para 82.700 barris por dia, face a 49.200 barris por dia registados no quarto trimestre de 2015, ajudada sobretudo pelo aumento significativo da produção no Brasil.

No total de 2016, o lucro líquido ajustado a custos de substituição desceu 24% para EUR483 milhões contra EUR639 milhões no ano anterior.

– Por Eduardo Correia (eduardo.correia@webtexto.pt), Gonçalo Saraiva Amaro (goncalo.amaro@webtexto.pt)

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