Portugal: Moody’s melhora perspetiva do rating para positiva vs estável

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LISBOA (DJ Bolsa/Webtexto)– A Moody’s Investors Service anunciou no final de sexta-feira uma melhoria da perspetiva sobre o rating Ba1 de Portugal, para positiva face a estável, sinalizando que a próxima decisão da agência de notação de crédito sobre o país pode ser para o colocar no nível de investimento.

A Moody’s segue assim os passos da congénere Fitch Ratings, que em junho também subiu o outlook da dívida soberana portuguesa. A Moody’s mantinha tanto o rating como o outlook da dívida portuguesa neste nível desde julho de 2014.

A Moody’s justifica a postura mais otimista com o reforço do crescimento económico do país, apoiado no investimento, a crença de que a consolidação orçamental vai manter-se e a maior resiliência da estrutura de dívida de Portugal, com almofadas de capital suficientes para mitigar eventuais riscos para o financiamento do governo.

“A forte atividade económica no primeiro semestre de 2017 (2,8% em termos homólogos), a mais alta desde 2000, suporta a avaliação da Moody’s de uma marcada aceleração do crescimento do PIB para 2,5% em 2017, acima das expectativas de crescimento médio da Zona Euro”, diz a agência num comunicado, acrescentando que vê com bons olhos o facto de o crescimento se ter alargado a um conjunto maior de setores de atividade.

A Moody’s acredita que o deficit orçamental de Portugal vai manter-se abaixo do limite de 3%, depois de o país ter conseguido sair do procedimento por deficit excessivos, este ano, e no seguimento de cortes significativos da despesa em 2016. Do lado da dívida, a agência aponta as várias operações de recompra de dívida realizadas pelo Tesouro, bem como os pagamentos antecipados ao Fundo Monetário Internacional que Portugal tem vindo a fazer e que permitiram reduzir o custo médio da dívida e criar uma curva de maturidades mais favorável.

A alteração da perspetiva significa que a Moody’s espera subir o rating nos próximos 12 a 18 meses, “possivelmente dentro de 12 meses”, diz.

Uma choque de confiança, uma redução do empenho do governo para com a consolidação orçamental ou atrasos materiais na recapitalização do setor bancário podem levar a Moody’s a caminhar no sentido inverso, refere a agência.

– Por Carla Canivete (carla.canivete@webtexto.pt)

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